Este livro traz explicações para diversos fenômenos políticos a partir de conhecimentos práticos em indicadores sociais, legislações específicas, e da própria experiência no trabalho na gestão de pesquisas e análise de dados socioeconômicos. A política é entendida como uma manifestação natural da nossa espécie para apaziguar divergências e diferenças, que podem ser, inclusive, culturais. Fica claro, então, que o oposto da política é a força bruta, o autoritarismo, e violência.

Como tudo na vida, o livro tem um posicionamento político. Não é disfarçado e muito menos leviano porque se trata de um posicionamento posterior ao estudo de dados validados, e não antes da devida apreciação deles.

Tudo converge para a defesa do Estado Democrático de Direito e o aperfeiçoamento da qualidade da gestão pública em ambiente democrático. Mostra abundantes séries históricas, e fartas evidências do que pretende explicar são apresentadas. Evidências essas que implicam trechos de autocrítica. “A política é a arte do possível”, dizia Bismarck já no séc. XIX. Não há perfeição.

Ao lado da defesa do Estado Democrático de Direito, argumenta-se também acerca do direito constitucional à propriedade privada fortemente regulada para sua função social, sobre a necessidade da progressividade tributária, da redistribuição de oportunidades e rendas sob o critério exclusivo do nível de pobreza, e ampla seguridade. Não há utopia aqui. Alguns países já têm os indicadores que almejamos. Resta avançarmos para um arranjo político de justa isonomia, bem-estar e transparência plena.

Abaixo, o leitor pode conferir os capítulos e a numeração das páginas:

1. Vigiai e só depois orai 13

2. Data power: um exemplo simples para testar informações do governo 16

3. Só eu não entendi bem o "15 de março"? 25

4. "80 horas": o lapso de indiferença 33

5. Protesto: FAQ político e pragmático 46

6. A confusão de uma república inesperada 51

7. Democracia um dia 56

8. "Teachers, leave them kids alone!": sobre uma tragédia nas Universidades 60

9. Terrorismo jamais 65

10. Gênero, número e grau: a equidade insuficiente da mudança cultural 77

11. O BBB e a esquerda que parece bolsonarista 89

12. Bolsonarismo, bolsonarite, bolsonarose: autoritarismo no Brasil de 1900 até ontem 96

13. "Vá com Deus, Nossa Senhora e um balaio de santos" 103

14. Por quem os sinos dobram em Pernambuco? 106

15. As pesquisas eleitorais erram ou influenciam você? 120

16. Só é possível ter orgulho de ser nordestino 124

17. Bom senso para entender o Censo 131

18. A joia suprema do discernimento 136

19. E se houver 2º turno? 142

20. A psicologia do pesadelo de Ciro 146

21. Um circo de horrores 150

22. O candidato inventado 152

23. Por que a opinião do ministro da Educação é uma aberração? 158

24. O passado e o futuro da educação brasileira: devemos esperar mais balbúrdia em 2023? 164

25. A tal ''estabilidade'' no serviço público: uma analogia didática 171

26. Como funcionários da iniciativa privada são manipulados e muito mal pagos 175

27. Os custos, o óbvio e a ilusão: uma questão econômica 180

28. A desigualdade cancelada 184

29. Empatia e pobreza 192

30. Tempo é dinheiro: números que iluminam e razões obscuras 197

31. Saudade dos céticos 201

32. Para o "centrão", que fins justificam o "meio"? 205

33. Das opiniões que decidem as mudanças no Código Florestal 211

34. A “Sondagem" do licenciamento ambiental da CNI: contra dados há argumentos 219

35. O silêncio dos ingratos 235

36. Eu ainda vi Pelé jogar 238

37. "O amor vem depois", ou o que fazer quando o ódio vence 241